Manaus (AM) – Em função do potencial dos recursos da floresta amazônica, que domina a região Norte do país, empresas locais estão engajadas em diversificar os produtos exportados para além das commodities minerais e do agronegócio – que atualmente representam 85% das vendas internacionais. Para mudar este cenário, produzindo de forma sustentável e exportando seus produtos com a imagem positiva de serem originários da Amazônia, contam com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que oferece programas, projetos e ações específicas para empresas da região que desejam exportar.
Apesar de a floresta amazônica abrigar a maior biodiversidade do mundo e estar localizada em um local estratégico para exportação — na região Norte do País, perto dos países do continente americano, o que facilitaria a logística –, em 2022 exportou US$ 28,5 bilhões, o que representa apenas 8,5% dos U$S 334 bilhões exportados pelo Brasil. O Norte é composto pelos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Amapá, Acre e Tocantins, e ficou na 4ª posição dentre as regiões exportadoras do Brasil. Há oportunidade para muito mais. “Alimentos, bebidas, sementes, raízes, madeiras e microrganismos diversos fazem da Amazônia, sem dúvida, o maior ativo econômico do Brasil, com um potencial inestimável”, afirma o Representante Regional do Escritório Norte da ApexBrasil, localizado no Pará, Essio Lanfredi.
O episódio 13 do Apexcast, o podcast com a série “Histórias de Sucesso”, produzido pela ApexBrasil, apresenta empresas que têm contribuído para aumentar e diversificar as exportações locais, e apresenta os programas da Agência que têm dado apoio para alavancar a internacionalização.
Entre 2013 e 2021, o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), da ApexBrasil, capacitou 940 empresas na região. Perto de 75% delas são micro e pequenas empresas, e cerca de 6% já exportaram nos últimos anos. Uma delas é a Manioca, uma indústria socioambiental da região que transforma ingredientes da floresta em alimentos naturais, práticos, saudáveis e inovadores. A empresa já nasceu com o intuito de exportar e, para isso, se preparou com o apoio do PEIEX. A empresa também participou do Design Export, programa da ApexBrasil que atende empresas brasileiras que querem conquistar mais espaço no mercado internacional por meio de produtos e embalagens com design. A Manioca ganhou prêmios nacionais e internacionais por sua embalagem, além do prêmio de inovação na Sirha Lyon, a maior feira de gastronomia profissional do mundo, com seu molho de tucupi. A empresa já exportou para 11 países.
Segundo o CEO e co-fundador da Manioca, Paulo Reis, a origem amazônica é um diferencial que deve ser bem publicizado e aproveitado. “Não tem lugar no mundo que tenha o nosso apelo de sustentabilidade e a qualidade dos ingredientes que a gente tem, então somos de fato privilegiados. Temos de aproveitar essa natureza para colocar produtos superinteressantes no mundo e, ao mesmo tempo, apoiar a floresta e as pessoas em pé na Amazônia”, conclui.
Outra empresa exemplo de sucesso de empreendedorismo na região é a 100% Amazônia, comercial exportadora e agroindústria localizada no Pará. Em conjunto com comunidades locais de toda a região, a empresa trabalha com 28 espécies botânicas da floresta e fornece insumos para diversas indústrias de mais de 60 países. Majoritariamente feminina, a 100% Amazônia tem certificação B, dada a empresas que equilibram propósito e lucro, considerando o impacto de suas decisões em seus trabalhadores, clientes, fornecedores, comunidade e meio ambiente.
“A questão hoje cada vez mais é de que maneira esse produto é retirado, quais são as tratativas com as comunidades, se existe uma valorização, qual o tipo de relacionamento construído para a compra dessas matérias-primas, e assim se fazer uma economia realmente sustentável”, afirma a CEO da empresa, Fernanda Stefani. Ela conta que, com o apoio da ApexBrasil, a empresa conseguiu acessar mercados diferenciados.
A ApexBrasil já tem em seu cronograma de 2023 ações dedicadas a estimular e promover empresas da região Norte a produzir de forma sustentável e exportar seus produtos, como projetos compradores de castanha, frutas e café, além de mapeamento e estudo dos fluxos comerciais do Arco Norte, que abordará a relação existente entre o Brasil e os países vizinhos da região Norte, e também os insulares como os que compõe o CARICOM – Comunidade do Caribe.
Também visa garantir a participação de empresas da região em feiras como a Natural Products Expo East, na Filadélfia, além de outras atividades. “Vamos trabalhar para que o novo patamar das exportações da região esteja justamente ligado ao aproveitamento sustentável dos recursos da bioeconomia da floresta Amazônica e ao crescente e prioritário tratamento global que vem sendo dado à manutenção da floresta em pé”, conclui Lanfredi.
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