Rio de Janeiro (RJ) – Uma tecnologia desenvolvida por uma startup brasileira está ajudando a reduzir o desperdício. Criada em 2019, a SYOS revoluciona a cadeia do frio por meio do uso de inteligência artificial e Internet das Coisas com a primeira plataforma de monitoramento em tempo real da temperatura e da umidade de alimentos e medicamentos que precisam ser mantidos resfriados ou congelados. Atuando em todo o Brasil, a startup tem faturamento projetado superior a R$ 20 milhões para 2023 e sua meta é alcançar mais de mil clientes até o fim do ano. Um sucesso que vem atraindo a atenção de investidores como a Equus Capital, que acaba de concretizar um aporte de até R$ 12 milhões.
“Depois dos aportes da KPTL e da Indicator Capital, é significativo que uma empresa jovem como a nossa receba novo investimento, desta vez da Equus Capital, em especial neste momento de crise mundial, que afeta a economia dos países e particularmente as startups”, afirma Paulo Lerner, CRO e fundador da SYOS.
O novo investimento será feito através de um fundo focado em empresas de Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Além da participação societária, a Equus passa a ter assento no board. O aporte chega em um momento de transformação da SYOS. A startup e a catarinense PackID acabam de concluir sua fusão com o objetivo de impulsionar ainda mais o crescimento. Ambas já atuavam no mesmo setor – o de monitoramento de temperatura na cadeia do frio – mas em diferentes segmentos. A SYOS até então focada na indústria de alimentos, e a PackID tinha forte presença no setor farmacêutico.
Agora juntas, as startups ampliaram a oferta para toda a cadeia produtiva em etapas como indústrias, transportadoras, centros de distribuição, operadores logísticos, mercados, food service, laboratórios, clínicas e hospitais. Desta forma, todos esses pontos podem contar com uma tecnologia nova para resolver os principais problemas de quem produz, transporta e vende produtos com controle de temperatura: desperdício, garantia da qualidade, perda de eficácia e gasto energético. O desperdício de alimentos é um problema que mobiliza organizações de todo o planeta e sua redução é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030. De acordo com o último levantamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em 2019, 931 milhões de toneladas de alimentos vendidos às famílias, varejistas, restaurantes e outros serviços alimentares foram desperdiçadas.
“Muito além da meta de conquistar novos clientes, queremos ser sinônimo de qualidade de alimentos e fármacos. Temos muito orgulho deste crescimento, por oferecermos à sociedade uma solução simples, mas com imenso alcance em termos de contribuição ambiental e social, reduzindo o desperdício de comida e de remédios”, comemora Paulo.
A solução oferecida é end-to-end: composta pelo hardware, conectividade e software, que captura as informações de temperatura e umidade do ambiente monitorado (refrigerador, congelador caminhão, câmara fria etc) e envia os dados para a nuvem, onde são tratados e analisados por um modelo de inteligência artificial que determina se alguma ação precisa ser tomada, quando, e se o problema é crítico ou não. Com seu modelo de negócio de SaaS (Software as a Service), quase 100% da receita da SYOS é recorrente.
Nesta nova fase de atuação em que atende toda a cadeia produtiva, a SYOS estuda a criação de um selo de certificação de monitoramento de temperatura e de umidade. O objetivo é ajudar produtores e comerciantes a garantirem para os consumidores a qualidade dos alimentos e dos medicamentos e a redução do desperdício. A SYOS foi assessorada pelo escritório de advocacia FM/Derraik e a Equus Capital foi assessorada pelo Manassero Campello.
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