Mercado de dispositivos deve se recuperar em 2023, mas depende da China

São Paulo (SP) – A consultoria GfK acredita que, após enfrentar quedas no ano passado, o setor de dispositivos eletrônicos deve passar por um momento de estabilização em 2023. Ela lembra que a queda vista em 2022 foi resultado de uma saturação após as fortes vendas em anos de pandemia, além do enfraquecimento adicional do mercado chinês, que impactou significativamente os resultados. Ao todo, o mercado global de dispositivos fechou o ano passado com uma queda de 9,7% na receita em comparação com o ano anterior.

Os especialistas da GfK preveem que 2023 será mais forte para o mercado global em comparação com 2022. Regionalmente, espera-se que a China, que é o maior comprador único, se recupere novamente e impulsione significativamente o crescimento do mercado global.

Além disso, embora os ciclos de substituição de smartphones estejam se estendendo, as compras feitas no auge da pandemia em 2020 e 2021 estão entrando na janela do ciclo de renovação esperado este ano. Isso deve ajudar a aumentar as vendas, bem como a expansão do 5G em mercados emergentes.

Em wearables, a próxima geração de sensores Health Tracking, que expandirá o escopo de aplicações, impulsionará o mercado. Além disso, espera-se um crescimento positivo da receita para o segmento de smartwatches. Já os dispositivos de realidade virtual e/ou aumentada (AR/VR) devem se tornar um mercado mais tangível e crescer em áreas além dos games. Este é um dos segmentos com maior potencial nos próximos anos.
Smartphones

O segmento de smartphones também teve uma queda de demanda de 9,1% de janeiro a dezembro de 2022 em relação ao ano anterior, com um total de 908 milhões de unidades vendidas. As receitas foram atingidas ainda mais, com uma queda de 10,2%, para US$ 330 bilhões.

Com o estreitamento do orçamento dos consumidores, quem impulsionou o mercado em 2022 foram, praticamente, os grupos de média e alta rendas. Esses dois conjuntos de consumidores foram responsáveis por 48% das compras de smartphones no último ano, o que representa um aumento de 4% em relação a 2021.

Assim, a demanda por aparelhos premium também aumentou, como por exemplo, a receita dos modelos 5G, que cresceu 1,2% de janeiro a dezembro de 2022 em relação ao ano anterior. O mesmo se aplica aos dispositivos com maior armazenamento: os smartphones com capacidade superior a 256 GB registraram um aumento de 19% e representaram 41% da receita total do mercado.

Enquanto os consumidores, que ainda estão comprando smartphones, optam por dispositivos premium, o número total de compras diminuiu em 2022. Uma razão para isso pode ser pelo fato de as pessoas manterem seus smartphones por mais tempo. Dados da gfknewron Consumer mostram que, de janeiro a setembro de 2018, apenas 48% dos consumidores usaram seus smartphones por dois anos ou mais.

Essa participação agora aumentou para 57% no mesmo período de 2022 (um aumento de mais 9 pontos percentuais). Esse fato pode ser observado especialmente na Geração Z (15 a 25 anos), onde a participação agora é de 14 pontos percentuais acima da média. A geração mais jovem tem um foco claro na sustentabilidade e, portanto, estende conscientemente o ciclo de vida de seus dispositivos.
Wearables: ainda estáveis devido a novas inovações de sensores

Um dos poucos segmentos que conseguiram sobreviver ao difícil ano de 2022 com estabilidade é o de wearables. Com receita de US$ 13,9 bilhões, o mercado de wearables alcançou quase o mesmo nível em 2022 do que no ano anterior (menos 1,1% em relação a 2021). Embora os segmentos populares tenham perdido espaço, isto foi compensado pelo crescimento de outras linhas de produtos.

Desenvolvimento de receita por categorias de wearables em 2022 em comparação com o ano anterior:

Rastreador de saúde e condicionamento físico: -31% 
Smartwatches: +21% 
Computadores de pulso: -43% 

Essas mudanças foram impulsionadas pelo aumento da demanda do consumidor por um controle mais detalhado de sua saúde, por meio de recursos inteligentes. Assim, os wearables com recurso de rastreamento do sono (mais 4%) ou sensores de oxigênio no sangue (mais 20%) apresentaram forte crescimento. Essa tendência também levou a desenvolvimentos em inovação, como o novo recurso de medição do nível de estresse (EDA). Lançados no quarto trimestre de 2021, esses dispositivos já respondem por 16% da receita do mercado de wearables e continuam crescendo.

Autor: canalexecutivoblog

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