São Paulo (SP) – Estudo divulgado pela Liga Ventures em parceria com o iFood indica a existência de 772 startups explorando os recursos de inteligência artificial no Brasil. O levantamento aponta que o contingente de empresas está dividido em cinco categorias: agtechs, healthtechs, martechs, tetailtechs e content economy.
De acordo com o levantamento, o número de agtechs representa 13% do universo de startps de IA. As healthtechs representam 11%, as martechs 9%, mesmo percentual das retailtechs e das content economy.
O estudo especifica os casos de uso da IA em cada uma dessas áreas: Agtechs – agricultura de precisão, automação de máquinas, análise preditiva, veículos autônomos; Healthtechs – processamento de imagens, personalização de tratamentos, P&D de tratamentos e medicamentos e monitoramento de pacientes; Martechs – recomendação de produtos/serviços; segmentação do público, automação do atendimento, promoção e ofertas personalizadas; Retailtechs – automação de processos, análise de rupturas, prevenção de fraudes, atendimento ao cliente; Content Economy – copiloto para criação de conteúdos, transcrição e tradução, análise de sentimentos e edição e geração de vídeos e imagens.
Em relação ao ano de fundação das startups, cerca de 2% delas foram criadas entre 2022 e 2023. Já as principais categorias de startups ativas que aplicam IA em suas soluções e foram fundadas de 2020 a 2024 foram Agtechs (15%), Healthtechs (12%), Martechs (8%), Fintechs (8%) e Retailtechs (8%). Sobre os investimentos no setor, foram realizados 83 deals entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024, que movimentaram cerca de R$ 1 bilhão.
Dentre os segmentos com maior participação do montante total investido em 2023, destaca-se Fintechs (68%), Agtechs (29%), Edtechs (11%), Martechs (10%) e Retailtechs (6%). E as principais aplicações para o mercado B2B estão a hiper personalização de processos, análise de dados, cibersegurança e otimização de processos de atendimento.
“A inteligência artificial tem sido muito utilizada pelas empresas para desenvolver novos produtos, automatizar processos e analisar dados sensíveis. Porém, mesmo diante de tantas vantagens, a aplicação dessa tecnologia ainda possui muitos desafios, como a falta de regulamentação, escassez global de profissionais qualificados, ética e moralidade, gestão de grandes volumes de dados essenciais para aprimorar algoritmos de IA e insegurança ou falta de conhecimento. Portanto, é crucial que todos os stakeholders, especialmente lideranças das empresas, participem ativamente do diálogo para construir um futuro em que a IA seja uma ferramenta aliada na resolução de desafios sociais de maneira inovadora e crucial no desenvolvimento dos negócios”, analisa Guilherme Massa, cofundador e CMO da Liga Ventures.
O estudo traz também as regiões com maior distribuição de startups ativas. No primeiro lugar do ranking está São Paulo (43%), Curitiba (7%), Florianópolis (7%), Rio de Janeiro (6%), Belo Horizonte (6%), Porto Alegre (5%) e Campinas (4%). Além disso, outro dado interessante refere-se à análise da maturidade das startups mapeadas, em que 46% delas são emergentes, 27% estão estáveis, 16% são nascentes e 11% disruptoras. Já referente ao público-alvo, o estudo mostra que 73% das startups têm como foco o mercado B2B.
“No iFood fazer buscas constantes por estudos e iniciativas que promovam melhorias e expandam nossa compreensão do universo tech, está em perfeita sintonia com nossos objetivos. A inovação e a tecnologia estão entranhadas no nosso DNA; atualmente, utilizamos mais de 120 modelos de inteligência artificial para garantir o funcionamento do nosso app, tanto no suporte aos clientes quanto na otimização das rotas para os entregadores. Mantemos o radar sempre ligado para captar tendências e novas oportunidades de mercado, e enxergamos neste estudo um vasto campo para fomentar o conhecimento sobre IA e o ecossistema de startups”, afirma Marcos Gurgel, diretor de Inovação e Corporate Ventures do iFood.
Para realizar o estudo foram utilizados dados da ferramenta Startup Scanner, plataforma criada pela Liga Ventures que identifica e acompanha dados de startups do Brasil e América Latina para que grandes empresas, pesquisadores e empreendedores possam entender as movimentações do mercado e encontrar oportunidades de negócios sinérgicos à sua atuação.
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