Até a década de 1990, a área de Tecnologia da Informação dentro das empresas era vista como um simples departamento para manutenção de infraestrutura.
Com o decorrer dos anos posteriores, o setor passou a se colocar como prestador de serviços, gerenciando seu papel como entregador de valor para empresas. “Eventos que ocorreram mundialmente envolvendo a área de TI nos anos 2003 e 2008, por exemplo, impactaram inclusive em falências de empresas, o que fez a área rever seu papel e importância dentro das corporações. A partir de 2010, a TI começou a fazer parte do contexto da governança corporativa, não só por ser salvaguarda de todas as informações dentro da corporação, mas também por seu impacto e sua relevância para o negócio.” O histórico é apresentado por Walfrido Brito, que conduziu o último webinar promovido pela Assespro-SP (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação – Regional São Paulo), em parceria com a associada Locaweb Corp, cujo tema foi “Como alinhar a TI ao Negócio através dos Indicadores de Desempenho”.
Com a responsabilidade de ser uma entregadora de valor para as corporações, as métricas começaram a surgir e se tornaram um instrumento importante. “Dessa forma, uma arquitetura de indicadores de desempenho bem estruturada e alinhada às expectativas de negócios leva a TI a entregar e comprovar seu valor para a organização”, explica Brito, que é Diretor da Business Indicators – BI Serviços, engenheiro com Mestrado e Doutorado pela COPPE/UFRJ e POLI/USP, e especialista em Estratégia, TI e Indicadores de Desempenho, com 25 anos de experiência profissional como consultor e executivo em Gestão e TI em empresas globais de consultoria.
Para a geração de valor na TI, é importante que haja aderência entre essa área e as necessidades do negócio. Com os objetivos claros, o departamento deve realizar um gerenciamento de riscos do impacto de suas informações para o negócio e entender as necessidades críticas da corporação que podem atribuir ocasionais perdas de valor. Um planejamento estratégico, com um plano diretor e uma arquitetura de métricas (em nível operacional, gerencial e estratégico) precisa ser traçado. E indicadores de desempenho (que apresentam valores e grandezas mensuráveis), como KGI, KPI, KRI e KSI, ajudam no desenvolvimento estratégico correto.
De acordo com Walfrido Brito, atualmente, a área de TI demonstra seu valor para todos os componentes de uma empresa – de áreas técnica e administrativa, gestores, gerentes, coordenadores, presidentes, sócios e diretores –, uma vez que todos eles são usuários da informação. “Todos os colaboradores da área de TI devem ser treinados em indicadores de desempenho e cobrados pelos seus resultados”, considera Brito.